Entrevista de Divaldo Pereira Franco ao Programa
Televisivo O Espiritismo Responde, da União Regional Espírita – 7ª Região,
Maringá, em 21.03.2007.
Espiritismo Responde – Um de seus mais recentes
livros publicados tem por título “A Nova Geração: A visão Espírita sobre as
crianças índigo e cristal”. Quem são as crianças índigo e cristal?
Divaldo – Desde os anos 70, aproximadamente,
psicólogos, psicoterapeutas e pedagogos começaram a notar a presença de uma
geração estranha, muito peculiar.
Tratava-se de crianças rebeldes, hiperativas que
foram imediatamente catalogadas como crianças patologicamente necessitadas de
apoio médico. Mais tarde, com as observações de outros psicólogos chegou-se à
conclusão de que se trata de uma nova geração. Uma geração espiritual e
especial, para este momento de grande transição de mundo de provas e de
expiações que irá alcançar o nível de mundo de regeneração.
As crianças índigo são assim chamadas porque
possuem uma aura na tonalidade azul, aquela tonalidade índigo dos blue jeans
(Dra. Nancy Ann Tape).
O índigo é uma planta da Índia (indigofera
tinctoria), da qual se extrai essa coloração que se aplicava em calças e hoje
nas roupas em geral. Essas crianças índigo sempre apresentam um comportamento
sui generis.
Desde cedo demonstram estar conscientes de que
pertencem a uma geração especial. São crianças portadoras de alto nível de
inteligência, e que, posteriormente, foram classificadas em quatro grupos:
artistas, humanistas, conceituais e interdimensionais ou transdimensionais.
As crianças cristal são aquelas que apresentam
uma aura alvinitente, razão pela qual passaram a ser denominadas dessa maneira.
A partir dos anos 80, ei-las reencarnando-se em
massa, o que tem exigido uma necessária mudança de padrões metodológicos na
pedagogia, uma nova psicoterapia a fim de serem atendidas, desde que serão as
continuadoras do desenvolvimento intelecto-moral da Humanidade.
ER – Essas crianças não poderiam ser confundidas
com as portadoras de transtornos da personalidade, de comportamento, distúrbios
da atenção? Como identificá-las com segurança?
Divaldo – Essa é uma grande dificuldade que os
psicólogos têm experimentado, porque normalmente existem as crianças que são
portadoras de transtornos da personalidade (DDA) e aquelas que, além dos
transtornos da aprendizagem, são também hiperativas (DTAH), mas os estudiosos
classificaram em 10 itens as características de uma criança índigo, assim como
de uma criança cristal.
A criança índigo tem absoluta consciência
daquilo que está fazendo, é rebelde por temperamento, não fica em fila, não é
capaz de permanecer sentada durante um determinado período, não teme ameaças…
Não é possível com essas crianças fazermos
certos tipos de chantagem. É necessário dialogar, falar com naturalidade,
conviver e amá-las.
Para tanto, os especialistas elegem como métodos
educacionais algumas das propostas da doutora Maria Montessori, que criou, em
Roma, no ano de 1907, a sua célebre Casa dei Bambini, assim como as notáveis
contribuições pedagógicas do Dr. Rudolf Steiner. Steiner é o criador da
antroposofia. Ele apresentou, em Stuttgart, na Alemanha, os seus métodos
pedagógicos, a partir de 1919, que foram chamados Waldorf.
A partir daquela época, os métodos Waldorf
começaram a ser aplicados em diversos países. Em que consistem? Amor à criança.
A criança não é um adulto em miniatura. É um ser que está sendo formado, que
merece o nosso melhor carinho. A criança não é objeto de exibição, e deve ser
tratada como criança. Sem pieguismo, mas também sem exigências acima do seu
nível intelectual.
Então, essas crianças esperam encontrar uma
visão diferenciada, porque, ao serem matriculadas em escolas convencionais,
tornam-se quase insuportáveis. São tidas como DDA ou DTAH. São as crianças com
déficit de atenção e hiperativas. Nesse caso, os médicos vêm recomendando,
principalmente nos Estados Unidos e na Europa, a Ritalina, uma droga
profundamente perturbadora. É chamada a droga da obediência.
A criança fica acessível, sim, mas ela perde a
espontaneidade. O seu cérebro carregado da substância química, quando essa
criança atinge a adolescência, certamente irá ter necessidade de outro tipo de
droga, derrapando na drogadição.
Daí é necessário muito cuidado.
Os pais, em casa (como normalmente os pais quase
nunca estão em casa e suas crianças são cuidadas por pessoas remuneradas que
lhes dão informações, nem sempre corretas) deverão observar a conduta dos
filhos, evitar punições quando errem, ao mesmo tempo colocando limites.
Qualquer tipo de agressividade torna-as rebeldes, o que pode levar algumas a se
tornar criminosos seriais. Os estudos generalizados demonstram que algumas
delas têm pendores artísticos especiais, enquanto outras são portadoras de
grandes sentimentos humanistas, outras mais são emocionais e outras ainda são
portadoras de natureza transcendental.
Aquelas transcendentais, provavelmente serão os
grandes e nobres governantes da Humanidade no futuro.
As artísticas vêm trazer uma visão diferenciada
a respeito do Mundo, da arte, da beleza. Qualquer tipo de punição provoca-lhes
ressentimento, amargura que podem levar à violência, à perversidade.
ER – Você se referiu às características mentais,
emocionais dessas crianças. Elas têm alguma característica física própria? Você
tem informação se o DNA delas é diferente?
Divaldo – Ainda não se tem, que eu saiba, uma
especificação sobre ela, no que diz respeito ao DNA, mas acredita-se que,
através de gerações sucessivas, haverá uma mudança profunda nos genes, a fim de
poderem ampliar o neocórtex, oferecendo-lhe mais amplas e mais complexas
faculdades. Tratando-se de Espíritos de uma outra dimensão, é como se ficassem
enjauladas na nossa aparelhagem cerebral, não encontrando correspondentes
próprios para expressar-se. Através das gerações sucessivas, o perispírito irá
modelar-lhes o cérebro, tornando-o ainda mais privilegiado.
Como o nosso cérebro de hoje é um edifício de
três andares, desde a parte réptil, à mamífera e ao neocórtex que é a área
superior, as emoções dessas crianças irão criar uma parte mais nobre, acredito,
para propiciar-lhes a capacidade de comunicar-se psiquicamente, vivenciando a
intuição.
Características físicas existem, sim, algumas.
Os estudiosos especializados na área, dizem que as crianças cristal têm os
olhos maiores, possuem a capacidade para observar o mundo com profundidade,
dirigindo-se às pessoas com certa altivez e até com certo atrevimento… Têm
dificuldade em falar com rapidez, demorando-se para consegui-lo a partir dos 3
ou dos 4 anos. Entendemos a ocorrência, considerando-se que, vindo de uma
dimensão em que a verbalização é diferente, primeiro têm que ouvir muito para
criar o vocabulário e poderem comunicar-se conosco. Então, são essas
observações iniciais que estão sendo debatidas pelos pedagogos.
ER – Com que objetivo estão reencarnando na
Terra?
Divaldo – Allan Kardec, com a sabedoria que lhe
era peculiar, no último capítulo do livro A Gênese, refere-se à nova geração
que viria de uma outra dimensão. Da mesma forma que no tempo do Pithecanthropus
erectus vieram os denominados Exilados de Capela ou de onde quer que seja,
porque há muita resistência de alguns estudiosos a respeito dessa tese, a
verdade é que vieram muitos Espíritos de uma outra dimensão. Foram eles que
produziram a grande transição, denominada por Darwin como o Elo Perdido, porque
aqueles Espíritos que vieram de uma dimensão superior traziam o perispírito já
formado e plasmaram, nas gerações imediatas, o nosso biótipo, o corpo, conforme
o conhecemos.
Logo depois, cumprida a tarefa na Terra,
retornaram aos seus lares, como diz a Bíblia, ao referir-se ao anjo que se
rebelara contra Deus – Lúcifer.
Na atualidade, esses lucíferes voltaram. Somente
que, neste outro grande momento, estão vindo de Alcione, uma estrela de 3ª.
grandeza do grupo das plêiades, constituídas por sete estrelas, conhecidas
pelos gregos, pelos chineses antigos e que fazem parte da Constelação de Touro.
Esses Espíritos vêm agora em uma missão muito
diferente dos capelinos.
É claro que nem todos serão bons. Todos os
índigos apresentarão altos níveis intelectuais, mas os cristais serão, ao mesmo
tempo, intelectualizados e moralmente elevados.
ER – Já que eles estão chegando há cerca de 20,
30 anos, nós temos aí uma juventude que já está fazendo diferença no Mundo?
Divaldo – Acredito que sim. Podemos observar,
por exemplo, e a imprensa está mostrando, nesse momento, gênios precoces, como
o jovem americano Jay Greenberg considerado como o novo Mozart. Ele começou a
compor aos quatro anos de idade. Aos seis anos, compôs a sua sinfonia. Já
compôs cinco. Recentemente, foi acompanhar a gravação de uma das suas sinfonias
pela Orquestra Sinfônica de Londres para observar se não adulteravam qualquer
coisa.
O que é fascinante neste jovem, é que ele não
compõe apenas a partitura central, mas todos os instrumentos, e quando lhe
perguntam como é possível, ele responde: “Eu não faço nenhum esforço, está tudo
na minha mente”.
Durante as aulas de matemática, ele compõe
música. A matemática não lhe interessa e nem uma outra doutrina qualquer. É
mais curioso ainda, quando afirma que o seu cérebro possui três canais de
músicas diferentes. Ele ouve simultaneamente todas, sem nenhuma perturbação.
Concluo que não é da nossa geração, mas que veio de outra dimensão.
Não somente ele, mas muitos outros, que têm
chamado a atenção dos estudiosos. No México, um menino de seis anos dá aulas a
professores de Medicina e assim por diante… Fora aqueles que estão perdidos no
anonimato.
ER – O que você diria aos pais que se encontram
diante de filhos que apresentam essas características?
Divaldo – Os técnicos dizem que é uma grande
honra tê-los e um grande desafio, porque são crianças difíceis no tratamento
diário. São afetuosas, mas tecnicamente rebeldes. Serão conquistadas pela
ternura. São crianças um pouco destrutivas, mas não por perversidade, e sim por
curiosidade.
Como vêm de uma dimensão onde os objetos não são
familiares, quando vêem alguma coisa diferente, algum objeto, arrebentam-no
para poder olhar-lhes a estrutura.
São crianças que devemos educar apelando para a
lógica, o bom tom.
A criança deve ser orientada, esclarecida,
repetidas vezes.
Voltarmos aos dias da educação doméstica, quando
nossas mães nos colocavam no colo, falavam conosco, ensinavam-nos a orar,
orientavam-nos nas boas maneiras, nas técnicas de uma vida saudável, nos
falavam de ternura e nos tornavam o coração muito doce, são os métodos para
tratar as modernas crianças, todas elas, índigo, cristal ou não.
Por Simone Simões , 21 de março de 2009.